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A pedagogia canina: uma lição de vida


Fascina-me a abordagem educacional dos cachorros. Como professor da área pedagógica e entusiasta das parábolas de Jesus, percebo o quão genial era sua forma de usar a natureza e situações cotidianas para transmitir sua mensagem e propósito no mundo. É incrível como essas mensagens simples, porém eficazes, se espalharam e hoje contam com mais de 2,2 bilhões de seguidores ao redor do mundo.

Inspirado pela minha formação pedagógica e pelo indescritível contato que Francisco de Assis tinha com a natureza, não pretendo entrar na esfera divina de ambos, mas sim admirar o ser humano que eles representavam. É com esse olhar cheio de admiração que busco aprender e me conectar com esses seres irracionais que possuem um coração e atitudes tão grandiosas.

Eu e a minha gangue adorável de cinco animais de estimação, que por acaso têm nomes escolhidos pelo meu neto, trabalhamos incansavelmente para cultivar um vínculo amoroso e duradouro. O cuidado e a atenção que dedico a eles são devolvidos de maneira incrível. Pois ao chegar em casa, sou saudado com uma festa de abanadas calorosas das suas caudas. Se, por algum motivo, eu negar um carinho a qualquer um deles, aí é que o bicho pega. E quando saio para cumprir minhas tarefas diárias no sítio, sou seguido por uma fila de companheiros. Cada um com sua própria personalidade peculiar.

Mas é o nosso adorado Border Collie, Batman, que sempre faz questão de se destacar. Ele é o primeiro a perceber a presença de alguém, latindo bem alto em frente à janela do meu quarto. Como se estivesse anunciando a chegada de uma visita surpresa. E se eu o ignorar, ele me procura por todo o sítio, como se estivesse dizendo: "Pai, temos um convidado especial em nossa casa".

O Robin Nicanor, um Poodle desgrenhado, apareceu em nossas vidas com uma pata machucada, uma ferida enorme nas costas e enxergando apenas com um olho, exatamente como eu. No começo, o ignorávamos, mas ele acabou fazendo amizade com meu neto. Isso me fez questionar se não era uma mensagem divina, especialmente porque eu havia acabado de pedir minha aposentadoria por conta da minha deficiência visual monocular.

Parecia que Deus estava me dizendo: "Adiantei em dois anos a sua estadia em casa. Agora, quero ver o que você fará". Essas reflexões foram decisivas e, no fim das contas, nós o curamos e ele se tornou parte da família. No entanto, ele não perdeu uma característica dos seus dias nas ruas: adora criar confusões e fica extremamente ciumento caso eu passe a mão em outro amigo além dele.

Quanto aos outros cães, temos a Mel, a matriarca, legado do meu amigo especial e caseiro falecido. Ela é respeitada por todos e sempre recebe sua comida primeiro. O Maios, filho da Mel, é um jovem brincalhão que gosta de usar o Batman como travesseiro e cobertor nas noites frias, adormecendo em seu pelo aconchegante. Por último, temos a Luna, uma pinscher, a dondoca da família. Ela vive dentro da nossa casa, dorme aos nossos pés na cama e desfruta do melhor que podemos lhe oferecer. Uma verdadeira princesa em todos os sentidos.

Viver cercado por essas preciosidades de seres, cuja lealdade e amor transbordam sem pedir nada em troca, é uma verdade absolutamente gratificante. Acredito firmemente que em um lar onde os animais não são bem acolhidos, não há espaço para genuíno afeto e respeito. Afinal, trata-se de uma relação de causa e efeito: se somos capazes de cuidar carinhosamente dos animais, é inevitável que também cuidemos com igual dedicação dos nossos entes queridos. Essa perspectiva não apenas me encanta, mas também se prova realisticamente na minha própria vivência.


Um Sonhador Caminhando com Francisco




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